24 de nov. de 2009

Reflexões interdisciplinares...


Hoje me dediquei a refletir sobre as contribuições das Interdisciplinas do Eixo VII, do curso de Pedagogia a Distância da UFRGS.
Sem consulta a materiais bibliográficos, me proponho a trazer alguns conhecimentos que adquiri nesta caminhada. Para mim, ficou muito presente que nós, enquanto educadores, devemos estar abertos a novos conhecimentos e principalmente, em constante reflexão a cerca do fazer docente. Pensar e repensar os princípios orientadores da nossa prática, conhecer a realidade e o contexto para quem estamos planejando, levando em consideração o interesse e o processo de desenvolvimento de cada indivíduo é de fundamental importância quando intencionamos alcançar uma educação de qualidade.
A Interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação reforçou a necessidade de conhecermos metodologias, estarmos embasados teoricamente, compreendermos como o nosso aluno aprende, concebendo a aprendizagem como um processo de construção, bem como, a Interdisciplina de Linguagem e Educação nos aponta a relevância de focar alfabetização e letramento de forma indissociável.
A Interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos no Brasil me trouxe a definição do público pertencente a esta modalidade de ensino, bem como, a complexidade e especificidade desta. Língua Brasileira de Sinais, interdisciplina do Eixo VII trouxe a meu conhecimento a idéia de cultura, pois as pessoas surdas, embora minoria lingüística os surdos têm estruturada sua história, sua arte, sua língua, comunidade, enfim, é uma cultura completa que contempla uma definição de público da educação.
Enfim, as aprendizagens a partir das Interdisciplinas deste 7º semestre me trouxeram segurança para o desenvolvimento de uma prática pedagógica mais coerente, pois a reflexão constante é a base para estarmos transformando nossas concepções, adequando-nos a realidade do cenário educacional do qual fazemos parte.
Mapear nosso público, identificar as distintas identidades que fazem parte da diversidade da sala de aula é um passo necessário para contribuirmos, no sentido de, propiciar uma educação significativa para todos os envolvidos.
Interdisciplinarmente refletindo, os conhecimentos que adquiri com este curso, podem ser descritos como teias que se completam e se complementam, e faz-se preciso estabelecer conexões para que tais aprendizagens venham a “ganhar corpo”, enriquecendo meu fazer pedagógico, minha concepção de educação e a vali deste ofício.
Talvez não tão interdisciplinar minhas reflexões, mas correspondem as conexões que fiz a partir das teias das minhas aprendizagens.

18 de nov. de 2009

MULTIFACETAS DA INCLUSÃO


As políticas educacionais nos trazem a proposta de inclusão, e nos últimos tempos, a inclusão passou a ser propagadas nas falas, na mídia, nas escolas, na sociedade, enfim.
O que muitas vezes não nos damos por conta é que incluir significa mais que trazer para dentro, e quando falamos numa proposta de inclusão na educação estamos nos referindo a acolher os “excluídos”. E quem são estes excluídos?
As leis tratam de inclusão das Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais e outros em situação considerada desvantajosa com relação a maioria, abrangendo deficientes físicos e mentais. Conhecendo um pouco da história e contexto atual das pessoas constatei que estas lutam bastante para BANIR a atribuição da surdez à deficiência, pois o que define sua identidade é a sua cultura.
As pessoas surdas devem ter seu espaço no âmbito educacional, não como deficientes, mas como indivíduo de cultura específica e completa.
Nós enquanto educadores temos o dever de abrir as portas das escolas para esta cultura, de forma respeitosa, consciente, enfim, reconhecendo-a como CULTURA.
É nesta proposta que acredito, trabalhar para trazer esta concepção ao público escolar. É nosso dever provocar estas discussões e mudanças!
A escola só “Incluirá” esta cultura, se conhecê-la, se ela estiver aberta a novos conhecimentos, se garantir as condições necessárias ao desenvolvimento da mesma. É neste sentido, que muito temos de avançar, pois estamos atrasados, visto que, nem mesmo as políticas públicas correspondem a demanda do contexto atual.
A questão não é apenas inclusão, mas sim, o respeito, a valorização e o reconhecimento da Cultura surda que tanto lutou e luta para que nós ouvintes saiamos da ignorância que nos constitui.
Respeitar é a demanda, que se fundamenta no CONHECIMENTO e RECONHECIMENTO.

Reflexões a cerca da Identidade e Cultura Surda





Nos últimos meses, a partir das contribuições da Interdisciplina de Língua Brasileira de Sinais venho refletindo sobre a história das pessoas surdas.
A história dos Surdos é marcada por muitas lutas na busca da valorização, do respeito e do reconhecimento da identidade, da arte, da comunidade e cultura surda. Ao conhecer um pouco sobre as políticas educacionais, sociais e legais referentes aos surdos me deparei com muitas problemáticas, entre elas, a errônea concepção a respeito da identidade surda, visto que, muitas políticas tratam da pessoa surda como deficiência, desrespeitando sua diferença.
Neste sentido, percebo o quanto negligenciamos enquanto seres humanos, a falta de conhecimento e clareza sobre as pessoas surdas nos torna indivíduos que pouco ou nada contribuem para a superação de inúmeros pré conceitos que permeiam nossas vidas. Venho pensando sobre os conhecimentos adquiridos com a interdisciplina de Libras e me frustro por compreender que estes não deveriam restringir-se apenas a uma mínima parcela de docentes, pois tratam de esclarecimentos e consciências que deveriam atingir a todos os docentes, e mais, a toda sociedade.
Percebo o quanto alimentamos durante anos concepções errôneas sobre as pessoas surdas. Conhecer um pouco da história dos surdos me fez perceber o quanto somos indivíduos ignorantes e trazemos conosco uma visão clínica distorcida, ou seja, para mim, o surdo correspondia a um indivíduo com deficiência, com falta de audição e fala, e por tais “condições” não teriam uma vida plena.
Em tempo, tive a oportunidade de desestabilizar pré conceitos, transformá-los e conceber que as pessoas surda são diferentes porque têm uma linguagem própria, história, arte e identidade, estamos tratando de uma cultura. Com estas percepções e aprendizagens, vejo que a sociedade, bem como, as políticas voltadas para esta cultura está desconectada e descontextualizada, pois trazem a ignorância acima de tudo.
Conhecer a Cultura Surda abriu meus horizontes, me propiciou ter uma visão diferente, ter um olhar sobre outro ângulo, alimentando o respeito da diferença e o reconhecimento desta Cultura.
Creio que é preciso refletir mais, estas foram algumas “barreiras” superadas, do preconceito, e na ignorância no que se refere as pessoas surdas e sua cultura.
Esta interdisciplina está mexendo com minhas “estruturas”! e é muito prazeroso perceber estas mudanças!