29 de mai. de 2010

TEORIA E PRÁTICA

Desde o início do estágio com os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental venho refletindo sobre a pertinência das teorias sobre alfabetização. Pergunto-me sobre como seria se não tivesse tido tal formação para estar em contato com os alunos, o que seria de minha prática pedagógica? Com certeza, seria uma prática excludente, desconectada, descontextualizada, enfim... Isso porque para mim é muito claro que, para compreendermos o processo de construção dos alunos no que tange a alfabetização, é primordial que conhecemos teorias voltadas para esta abordagem, metodologias e didáticas coerentes para a realidade da sala de aula.
Minha prática está pautada em princípios teóricos que dão significado as propostas da alfabetização, e para tal fez-se necessárias muitas leituras, estudos e pesquisas para que pudesse ter clareza sobre como se dá o processo de alfabetização, com ênfase especial, em como os alunos aprendem, e que hipóteses permeiam suas aprendizagens. Sem tais noções, seria impossível construir uma prática pedagógica que auxilie no desenvolvimento da alfabetização.
A alfabetização a que me refiro, entendo por uma construção da leitura e da escrita atrelada ao letramento, pois a codificação e decodificação são importantes para a compreensão lingüística e o letramento para que os alunos possam construir com propriedade a leitura de mundo, onde se complementam compreender o uso da língua e sua função social.
No que tange a alfabetização, posso afirmar que se trata de algo complexo, que requer muita observação, intervenção do professor, para que os alunos possam usufruir daquilo de que de fato precisa para se desenvolverem, o espaço da sala de aula deve ser rico de portadores de textos, de gêneros literários, de experiências, de confrontos, de trocas, enfim... É uma série de elementos a serem contemplados para que haja sucesso na proposta de alfabetizar. Além de tudo que considero importante no processo de alfabetização, não posso deixar de fora os processos internos dos alunos, que muitas vezes vão além do que é propiciado, requer muito mais, um olhar mais focado, sensibilidade, flexibilidade, compreensão, paciência, entendimento, ousadia, etc. Estes requisitos exigem bastante do professor, da prática pedagógica desenvolvida em sala de aula, e talvez, sejam eles os responsáveis por tamanha resistência por parte dos professores da escola em que trabalho, em assumir a alfabetização, visto que, o próprio professor acaba sendo avaliado segundo as conquistas ou fracassos dos alunos.
Alfabetizar é sempre um desafio, e para mim, um desafio apaixonante, pois a cada dia visualizamos os progressos, os feedbacks são imediatos, e vão nos orientando dia após dia, para que alimentamos nossos alunos de acordo com a sua fome de saber, conhecer e aprender... E quando a fome é pequena, temos que provocá-la, saber do que gostam de comer, qual o alimento que lhe causa prazer, e assim, gradativamente, tornando-os cada vez mais famintos, para que descubram que esta fome deve perdurar por toda nossa existência.
Estas são minhas reflexões, que refletem minhas convicções, minha opinião quanto a alfabetização!

20 de mai. de 2010

Aprendizagem do olhar...

A partir do texto Educando o olhar da observação – Aprendizagem do olhar, de Madalena Freire Weffort, sugerido pela orientadora de estágio Carla Meinerez e pela tutora Márcia Stormowski reafirmei a importância de estarmos atentos aos movimentos de aprendizagens e dificuldades de nossos alunos, pois não basta propormos atividades pertinentes e diversificadas, mas sim, observarmos como estão sendo construídas as hipóteses e aprendizagens pelos alunos a partir do que propomos, visto que, o foco está em como o aluno aprende e não como se ensina.
A observação é um exercício muito eficaz para diagnosticarmos o ponto de partida dos alunos, o que necessitam, como constroem, enfim, a observação nos situa e nos orienta para que possamos instigá-los transformando a zona real do conhecimento em zona proximal do conhecimento, como apontam as teorias de Vygotisky.
Um olhar direcionado é pautado no planejamento prévio do que se quer diagnosticar, para quê e como avançar, para que possamos avaliar e se auto-avaliar coerentemente.
Contudo, para mim está muito clara a pertinência da observação na prática pedagógica, pois o olhar sensível, flexível e reflexivo subsidia uma prática pedagógica mais harmônica.
“Observar uma situação pedagógica não é vigiá-la, mas sim, fazer vigília por ela, isto é, estar e permanecer acordado por ela, na cumplicidade da construção do projeto, na cumplicidade pedagógica (FREIRE, Madalena, p.3, 1996)”.


Em síntese, o texto de Madalena Freire é oportuno para nossa formação docente, nos aponta um excepcional aporte para prática pedagógica que estamos realizando.

Referência Bibliográfica:
FREIRE, Madalena. Educando o olhar da observação – Aprendizagem do olhar. Texto retirado do livro: Observação, registro e reflexão. Instrumentos Metodológicos I. 2ª ED. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1996.

5 de mai. de 2010

A PRÁTICA PEDAGÓGICA REQUER AÇÃO...

Muito tenho refletido, percebendo que a ação também á algo de muita importância no fazer pedagógico, quando intencionamos o desenvolvimento dos indivíduos que fazem parte da nossa sala de aula. Não basta refletir, é preciso muita ação, desprendimento, saber ouvir, estar atenta, observar, intervir, mediar, contribuir, cooperar, desestruturar (cognitivo), aparar (afetivo), integrar (social), enfim, são inúmeras as ações que a prática de sala de aula nos exige. Para tanto, estar embasada teoricamente, ter bem claro os princípios norteadores da prática pedagógica, as metodologias utilizadas, os objetivos e principalmente, conhecer o público de nossa “demanda” são questões imprescindíveis para o sucesso de nossa proposta de trabalho no âmbito escolar.
Estou me dedicando ao máximo para dar conta deste desafio estimulador que está sendo minha prática de estágio, são muitas horas diárias de reflexão, planejamento, re-planejamento, atuação, estudos, pesquisas, enfim, e estou tendo mais clareza do quanto ser educador requer que estejamos em constante processo de aprendizagem, abertos e dispostos as demandas que se modificam dia após dia.
É também no dia após dia que recebemos recompensas daquilo que estamos propondo, nos gestos e ações mais simples até as mais complexas, é através de trocas de olhares, de gestos de carinho, de progressos que percebemos de nossos alunos que vão nos revitalizando para seguirmos adiante e acreditarmos que muito é possível em si tratando de educação, de construção do conhecimento.
Horas difíceis, horas não, momentos de frustração e de realização, o estágio está sendo muito rico para meu desenvolvimento profissional e pessoal, pois estou experienciando, reafirmando teorias, desestabilizando conceitos, enriquecendo outros, enfim, numa mescla de sentimentos que me dão a idéia de que tudo vai dar certo, ou melhor, ao final, tudo será de grande valia.
Vamos lá!!!!