18 de nov. de 2009

Reflexões a cerca da Identidade e Cultura Surda





Nos últimos meses, a partir das contribuições da Interdisciplina de Língua Brasileira de Sinais venho refletindo sobre a história das pessoas surdas.
A história dos Surdos é marcada por muitas lutas na busca da valorização, do respeito e do reconhecimento da identidade, da arte, da comunidade e cultura surda. Ao conhecer um pouco sobre as políticas educacionais, sociais e legais referentes aos surdos me deparei com muitas problemáticas, entre elas, a errônea concepção a respeito da identidade surda, visto que, muitas políticas tratam da pessoa surda como deficiência, desrespeitando sua diferença.
Neste sentido, percebo o quanto negligenciamos enquanto seres humanos, a falta de conhecimento e clareza sobre as pessoas surdas nos torna indivíduos que pouco ou nada contribuem para a superação de inúmeros pré conceitos que permeiam nossas vidas. Venho pensando sobre os conhecimentos adquiridos com a interdisciplina de Libras e me frustro por compreender que estes não deveriam restringir-se apenas a uma mínima parcela de docentes, pois tratam de esclarecimentos e consciências que deveriam atingir a todos os docentes, e mais, a toda sociedade.
Percebo o quanto alimentamos durante anos concepções errôneas sobre as pessoas surdas. Conhecer um pouco da história dos surdos me fez perceber o quanto somos indivíduos ignorantes e trazemos conosco uma visão clínica distorcida, ou seja, para mim, o surdo correspondia a um indivíduo com deficiência, com falta de audição e fala, e por tais “condições” não teriam uma vida plena.
Em tempo, tive a oportunidade de desestabilizar pré conceitos, transformá-los e conceber que as pessoas surda são diferentes porque têm uma linguagem própria, história, arte e identidade, estamos tratando de uma cultura. Com estas percepções e aprendizagens, vejo que a sociedade, bem como, as políticas voltadas para esta cultura está desconectada e descontextualizada, pois trazem a ignorância acima de tudo.
Conhecer a Cultura Surda abriu meus horizontes, me propiciou ter uma visão diferente, ter um olhar sobre outro ângulo, alimentando o respeito da diferença e o reconhecimento desta Cultura.
Creio que é preciso refletir mais, estas foram algumas “barreiras” superadas, do preconceito, e na ignorância no que se refere as pessoas surdas e sua cultura.
Esta interdisciplina está mexendo com minhas “estruturas”! e é muito prazeroso perceber estas mudanças!

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