18 de nov. de 2009

MULTIFACETAS DA INCLUSÃO


As políticas educacionais nos trazem a proposta de inclusão, e nos últimos tempos, a inclusão passou a ser propagadas nas falas, na mídia, nas escolas, na sociedade, enfim.
O que muitas vezes não nos damos por conta é que incluir significa mais que trazer para dentro, e quando falamos numa proposta de inclusão na educação estamos nos referindo a acolher os “excluídos”. E quem são estes excluídos?
As leis tratam de inclusão das Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais e outros em situação considerada desvantajosa com relação a maioria, abrangendo deficientes físicos e mentais. Conhecendo um pouco da história e contexto atual das pessoas constatei que estas lutam bastante para BANIR a atribuição da surdez à deficiência, pois o que define sua identidade é a sua cultura.
As pessoas surdas devem ter seu espaço no âmbito educacional, não como deficientes, mas como indivíduo de cultura específica e completa.
Nós enquanto educadores temos o dever de abrir as portas das escolas para esta cultura, de forma respeitosa, consciente, enfim, reconhecendo-a como CULTURA.
É nesta proposta que acredito, trabalhar para trazer esta concepção ao público escolar. É nosso dever provocar estas discussões e mudanças!
A escola só “Incluirá” esta cultura, se conhecê-la, se ela estiver aberta a novos conhecimentos, se garantir as condições necessárias ao desenvolvimento da mesma. É neste sentido, que muito temos de avançar, pois estamos atrasados, visto que, nem mesmo as políticas públicas correspondem a demanda do contexto atual.
A questão não é apenas inclusão, mas sim, o respeito, a valorização e o reconhecimento da Cultura surda que tanto lutou e luta para que nós ouvintes saiamos da ignorância que nos constitui.
Respeitar é a demanda, que se fundamenta no CONHECIMENTO e RECONHECIMENTO.

2 comentários:

KARY disse...

Li seu artigo e achei muito estranho seu comentário que diz "pessoas que lutam para BANIR a atribuição da surdez à deficiência" poderia me ajudar a compreender? Quando coloca
"As pessoas surdas devem ter seu espaço no âmbito educacional, não como deficientes, mas como indivíduo de cultura específica e completa."
Ao meu ver se "Banirmos" a atribuição estaremos automaticamente tirando do Surdo direitos que ele lutou para conseguir e colocando o no mesmo patamar de quem possuí audição, ser deficiente não é um fator que tenha como ser modificado! A Cultura Surda é Baseada na falta de audição e isso provem sim de uma deficiência e não deve ser encarada como algo que não é!

KARY disse...

Sou defensora da Escola Bilingue para surdos, pois tenho contato com a comunidade surda e conheço de perto a diferença entre o desenvolvimento de alunos dentro de cada modelo educacional proposto e vejo que essa é a melhor saida, mas se "anido" o conceito de deficiência da surdes isso se torna algo sem sentido.