Desde o início do estágio com os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental venho refletindo sobre a pertinência das teorias sobre alfabetização. Pergunto-me sobre como seria se não tivesse tido tal formação para estar em contato com os alunos, o que seria de minha prática pedagógica? Com certeza, seria uma prática excludente, desconectada, descontextualizada, enfim... Isso porque para mim é muito claro que, para compreendermos o processo de construção dos alunos no que tange a alfabetização, é primordial que conhecemos teorias voltadas para esta abordagem, metodologias e didáticas coerentes para a realidade da sala de aula.
Minha prática está pautada em princípios teóricos que dão significado as propostas da alfabetização, e para tal fez-se necessárias muitas leituras, estudos e pesquisas para que pudesse ter clareza sobre como se dá o processo de alfabetização, com ênfase especial, em como os alunos aprendem, e que hipóteses permeiam suas aprendizagens. Sem tais noções, seria impossível construir uma prática pedagógica que auxilie no desenvolvimento da alfabetização.
A alfabetização a que me refiro, entendo por uma construção da leitura e da escrita atrelada ao letramento, pois a codificação e decodificação são importantes para a compreensão lingüística e o letramento para que os alunos possam construir com propriedade a leitura de mundo, onde se complementam compreender o uso da língua e sua função social.
No que tange a alfabetização, posso afirmar que se trata de algo complexo, que requer muita observação, intervenção do professor, para que os alunos possam usufruir daquilo de que de fato precisa para se desenvolverem, o espaço da sala de aula deve ser rico de portadores de textos, de gêneros literários, de experiências, de confrontos, de trocas, enfim... É uma série de elementos a serem contemplados para que haja sucesso na proposta de alfabetizar. Além de tudo que considero importante no processo de alfabetização, não posso deixar de fora os processos internos dos alunos, que muitas vezes vão além do que é propiciado, requer muito mais, um olhar mais focado, sensibilidade, flexibilidade, compreensão, paciência, entendimento, ousadia, etc. Estes requisitos exigem bastante do professor, da prática pedagógica desenvolvida em sala de aula, e talvez, sejam eles os responsáveis por tamanha resistência por parte dos professores da escola em que trabalho, em assumir a alfabetização, visto que, o próprio professor acaba sendo avaliado segundo as conquistas ou fracassos dos alunos.
Alfabetizar é sempre um desafio, e para mim, um desafio apaixonante, pois a cada dia visualizamos os progressos, os feedbacks são imediatos, e vão nos orientando dia após dia, para que alimentamos nossos alunos de acordo com a sua fome de saber, conhecer e aprender... E quando a fome é pequena, temos que provocá-la, saber do que gostam de comer, qual o alimento que lhe causa prazer, e assim, gradativamente, tornando-os cada vez mais famintos, para que descubram que esta fome deve perdurar por toda nossa existência.
Estas são minhas reflexões, que refletem minhas convicções, minha opinião quanto a alfabetização!
Um comentário:
Luciane!!
Ao ler a tua postagem percebo que conseguiste relacionar as tuas aprendizagens do curso com a prática que está realizando. Consegues permear a tua prática com a teoria. Parabéns!!
Abraços
Roberta
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